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A era dos influenciadores digitais acabou?

Das comunidades de interesse do Orkut, passando pela promessa do Facebook de se conectar com seus amigos aonde quer que eles estivessem, à era dos influenciadores digitais no Instagram, Reels e Tiktok.

Se traçarmos uma evolução das redes sociais, podemos perceber que saímos de um modelo de criação de comunidades centradas em interesses em comum para a centralização da atenção em pessoas específicas, os influencers digitais.

Com milhões de seguidores, essas pessoas ganharam a capacidade de influenciar não só opiniões, como também decisões, monetizando cada momento das suas vidas.

O ápice deste mercado se deu durante a pandemia de coronavírus, quando o mundo precisou se isolar e a economia da atenção ganhou destaque.

Mas, passado o isolamento social e com a volta das atividades normais, será que o mercado de influenciadores digitais perdeu força?

É o que veremos neste artigo. Continue a leitura!

O que é marketing de influência?

Ao contrário do que muitos possam pensar, o marketing de influência sempre existiu. Talvez um dos símbolos mais evidentes disso seja o livro “Como fazer amigos e influenciar pessoas”, de Dale Carnegie, lançado pela primeira vez em 1936.

Mas a verdade é que a história nos mostra que inúmeros outros influenciadores existiram na humanidade. Pense em como Sócrates, Platão ou Aristóteles influenciam até hoje o pensamento de milhares de pessoas em todo o mundo.

O que mudou, realmente, foram os meios que permitem às pessoas se tornarem influenciadoras.

Com o advento da Internet e a popularização do acesso, através dos smartphones, qualquer pessoa, independentemente da sua localização ou poder aquisitivo, conquistou a chance de tentar influenciar o mundo com suas ideias.

E quem conquista a confiança das pessoas passa a ser conhecido e reconhecido, não só por seus seguidores, mas também pelas marcas, que veem nos influenciadores digitais uma estratégia bastante interessante de fazer com que seus produtos e serviços cheguem ao maior número de pessoas possível.

O mercado de influencers digitais

Mais do que atrair pessoas nas redes sociais, os influencers digitais passaram a fazer parte do ecossistema econômico digital, movimentando somas grandiosas de dinheiro em patrocínios.

Segundo dados da Hubspot, o mercado de influenciadores digitais nos Estados Unidos movimentou 16,4 bilhões de dólares em 2022. Para 38% dos profissionais de marketing, o investimento no marketing de influência teve como objetivo principal gerar vendas.

Quando o assunto é a eficácia da estratégia, 50% das pessoas entrevistas pela Hubspot afirmaram que confiam nas recomendações feitas por influencers. Porém, quando esses influencers são celebriadas, o nível de confiança cai para 38%.

Já o relatório Estado de Marketing de Influenciadores, da Influencer Marketing Hub, prevê um crescimento do mercado para 21,1 bilhões de dólares em 2023, com um incremento de 67% nos investimentos por parte das empresas. Por outro lado, a mesma pesquisa detectou um sentimento de pessimismo em relação ao mercado.

Os microinfluenciadores são a preferência das marcas no momento e há uma movimentação para pagar a esses influenciadores para que exibam as marcas em seus perfis.

Em outras palavras, os influenciadores digitais passariam a ser “garotos propaganda” oficiais das empresas, transformando um mercado que antes era espontâneo em um verdadeiro veículo de publicidade paga.

As plataformas preferidas para quem quer ser influenciador digital

Não é segredo que os influenciadores digitais ganharam ainda mais visibilidade com o surgimento do TikTok. No entanto, em 2022, o Instagram continuou sendo a plataforma preferida dos profissionais da área.

Em segundo lugar, vem o TikTok e, em terceiro, aparece o YouTube, sendo que, nas três plataformas, os microinfluenciadores — pessoas que possuem entre 100 mil e 1 milhão de seguidores — têm mais engajamento.

Fadiga dos influenciadores digitais: o outro lado da moeda

Se, por um lado, os dados mostram um panorama bastante promissor para o mercado de influenciadores digitais, por outro, existe uma parcela da sociedade que já está dizendo adeus a essa era.

Conteúdo sem valor real, compra de seguidores e auto-engrandecimento são alguns dos motivos que estão levando as pessoas a deixarem de seguir influencers digitais.

A publicidade paga mascarada de conteúdo orgânico também leva as pessoas a desacreditarem desses influencers, gerando uma onda de frustração e isolamento.

Conteúdo clichê e repetitivo é a justificativa de 47% das pessoas para abandorarem os feeds dos influenciadores digitais.

Outro ponto que vem sendo criticado é a apropriação de temas sociais para vender a própria imagem ou mesmo produtos, algo que é cada vez mais observado pela geração Z, um dos públicos mais visados quando o assunto é marketing de influência.

O jogo acabou ou ainda é possível surfar na onda do marketing de influência?

Como você pode ver, enquanto as empresas planejam investir cada vez mais em influenciadores digitais, o público final, composto pelos usuários das plataformas, demanda uma transformação deste mercado. Diante disso, o ponto em questão deve ser como se adequar a essa nova realidade.

E quando falamos de público de redes sociais, estamos falando de sonhos, desejos, interesses, dificuldades, soluções… Em outras palavras, para continuar aproveitando as oportunidades que o marketing de influência oferece, é preciso conhecer — e muito — a audiência.

Além de conhecer a audiência, você precisa investir em conteúdo autêntico, útil e de qualidade. Conteúdo que ajude essas pessoas a resolverem suas demandas, sejam pessoais ou profissionais.

Mesmo um conteúdo inspirador precisa ter alguma utilidade, algum ensinamento. Portanto, a palavra de ordem é: planejamento estratégico de marketing.

Mais do que postar para movimentar o feed e agradar o algoritmo das redes sociais, você precisa se conectar com as pessoas, despertar sentimentos e emoções.

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