Environmental, Social and Governance (ESG) é uma estrutura de gestão que permite aos principais stakeholders de uma organização compreender como ela vem gerenciando sua sustentabilidade com base em três pilares: meio ambiente, responsabilidade social e governança corporativa.
Esse termo ganhou destaque no relatório dos Princípios para o Investimento Responsável (PRI) das Nações Unidas de 2006, passando a ser exigidos na avaliação financeira de empresas.
Naquele momento, 63 empresas aderiram aos princípios ESG. Passados 17 anos, temos alguns números bastante interessantes em relação a isso:
- Em 2020, 88% das empresas de capital aberto , 79% das empresas de capital de risco e privadas e 67% das empresas privadas tinham iniciativas ESG em vigor.
- 77% das empresas de pequeno e médio porte têm uma declaração de propósito formal relacionada a ESG.
- 18,5% das empresas de pequeno e médio porte está usando padrões ESG.
- Mais de 200 empresas assinaram o The Climate Pledge, um pacto para atingir a meta do Acordo de Paris de zero carbono líquido 10 anos antes.
Mas o que é ESG na prática e por que esses princípios estão cada vez mais preocupando as empresas?
O que é ESG na prática
Na prática, ESG é um conjunto de estratégias e ações desenvolvidas pela empresa para garantir não só a sua própria sustentabilidade, como também a sustentabilidade do seu entorno e do planeta como um todo.
Com a crescente preocupação mundial com relação à crise climática, aumento da fome, do desemprego e da miséria, compreendeu-se que as empresas cumprem um papel fundamental no combate a esses problemas.
Devido a isso, em suas avaliações financeiras no mercado de ações, as empresas passaram a ter não só seus resultados financeiros avaliados, mas também sua contribuição para um mundo mais sustentável.
Os pilares da ESG
Como você viu, existem três pilares que fundamentam uma política de ESG nas empresas: meio ambiente, responsabilidade social e governança corporativa. Vamos entender brevemente cada um deles:
Meio ambiente
Não é novidade que o meio ambiente deve ser uma preocupação de todos, especialmente das empresas que causam grandes impactos ambientais com suas atividades.
Emissão de gases, dependência de combustíveis fósseis, descarte de resíduos, desmatamento e pegada de carbono são algumas das questões que entram neste pilar ESG. E o que a sua empresa pode fazer para se adequar a ele?
Busca por fontes renováveis de energia, uso de materiais recicláveis, tratamento adequado de resíduos, transporte de resíduos e materiais perigosos de forma segura, dentre outras atitudes.
Responsabilidade Social
O mundo pós-pandemia enfrenta desafios importantes: conflitos armados impactando a economia global, mais de 345 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar no mundo, 208 milhões de pessoas sem emprego.
Esses são apenas alguns dados que nos mostram a importância de lideranças empresariais assumirem seu papel no desenvolvimento de programas de responsabilidade social.
O fomento à diversidade e à justiça social também são questões que não podem fugir ao radar dessas organizações, que devem, cada vez mais, se preocupar em oferecer ambientes de trabalho mentalmente saudáveis e propícios ao desenvolvimento humano.
Governança Corporativa
Por fim, é preciso olhar, também, para o ambiente intraorganizacional. Isso significa implementar políticas e estratégias financeiras e contábeis mais sustentáveis, por exemplo.
Além disso, planejamento tributário e controle fiscal, com um detalhado programa de compliance são necessários para combater sonegação de impostos e corrupção.
Ainda no quesito governança corporativa, uma política de ESG deve se preocupar com a remuneração dos funcionários, programas de treinamento e desenvolvimento e planos de cargos e salários, visando a saúde organizacional como um todo.
Como você deve imaginar, implementar uma política de ESG em uma empresa não é tarefa fácil. Existem muitas nuances com as quais a organização precisa lidar para ter um programa eficiente e eficaz para cada um dos três pilares.
E é justamente este desafio que abre inúmeras oportunidades profissionais para quem está em busca de uma renovação na carreira ou até mesmo de conciliar valores pessoais com o trabalho.
As oportunidades do mercado ESG
Apesar de terem se passado 17 anos da primeira menção a uma política corporativa que envolva Meio Ambiente, Responsabilidade Social e Governança Corporativa, a verdade é que as empresas ainda estão tentando compreender o que é ESG e como implementá-la de acordo com seus próprios contextos.
Este cenário abre espaço para quem se interessa pela área e vem se especializando, seja através de eventos relacionados ao tema ou mesmo cursos de especialização.
Para você ter uma ideia, a PwC anunciou investimentos de 12 bilhões de dólares até 2026 para formar — e contratar — profissionais de ESG. A expectativa é de gerar 100 mil novos empregos na área até lá.
Com o aumento da demanda por profissionais experientes, os salários para quem atua na área também estão disparando. Segundo informações da Investment Magazine, remunerações de 100 mil a 300 mil dólares anuais são cada vez mais comuns.
Como aproveitar a onda de contratações em ESG
Se você quer aproveitar essa onda de oportunidades do mercado ESG, não perca tempo. Confira o que é necessário para conquistar a sua vaga dos sonhos:
Bom relacionamento interpessoal
Trabalhar com ESG é estar constantemente em contato com todos os setores de uma empresa. Portanto, exige habilidade de relacionamento interpessoal e liderança.
Conhecimento aprofundado de análise de dados
A análise de dados também é essencial para quem atua no mercado de ESG. Afinal, a prestação de contas aos stakeholders da organização acontece a partir de indicadores de performance. Sendo assim, uma maneira de ingressar neste mercado é ser hábil com os números.
Compreensão do mercado financeiro
A iniciativa ESG surgiu no mercado financeiro e tem forte impacto na avaliação de ativos de empresas. Neste sentido, sai na frente quem possui conhecimento nesta área, seja em análise de riscos e investimentos, mercado financeiro e de capitais ou mesmo gestão financeira.
Afinidade com legislação ambiental
Outra competência que pode ser diferencial para ingressar no mercado de ESG é ter afinidade com a legislação ambiental, a fim de atuar no pilar de meio ambiente.
Aqui, perfil consultivo e atualização constante com relação a leis e políticas vigentes é fundamental.
São apenas essas áreas que podem se dar bem na ESG? Obviamente, não. Há espaço para profissionais de todas as áreas, desde gestão de pessoas até gestão de projetos.
O grande diferencial é se preparar cada dia mais para agarrar as oportunidades que forem surgindo conforme este segmento vai se desenvolvendo.Quer estar pronto quando a oportunidade chegar? Conheça os cursos de pós-graduação da Tuiuti!