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Saúde mental na escola: como dar suporte a alunos e professores?

Após dois anos de pandemia e o crescimento da violência nas escolas de todo o país, o questionamento sobre a saúde mental de crianças, adolescentes e professores entrou em cena como nunca havia sido antes.

Um mapeamento feito pela prefeitura de São Paulo em parceria com o Instituto Ayrton Senna revelou que 7 a cada 10 alunos relatam sintomas de ansiedade ou depressão. Ao mesmo tempo, professores se sentem impotentes e despreparados diante da situação.

Extrapolando os dados do Estado de São Paulo para o Brasil como um todo, podemos ter uma pequena ideia de como a saúde mental na escola precisa não só ser debatida, mas amparada. E este é o desejo de mais de 90% dos pais, segundo dados da Pearson.

Em outras palavras, precisamos desenvolver meios para dar o suporte necessário para que as crianças e adolescentes se desenvolvam plenamente no ambiente escolar e os professores possam desempenhar seu trabalho com segurança, tranquilidade e equilíbrio.

Mas por onde começar?

Diálogo: a base da saúde mental

Abrir espaço ao diálogo no ambiente educacional pode parecer um pequeno passo diante de desafios tão grandes. Porém, é a partir da escuta ativa que você pode compreender como as pessoas estão se sentindo.

Além de incentivar que os professores debatam a respeito das suas dificuldades e se apoiem mutuamente, você pode criar círculos de conversa com os alunos, tendo sempre presente um profissional de psicopedagogia ou mesmo de psicologia infantil para acompanhar o processo.

Os pais também podem entrar neste projeto, trazendo suas preocupações para dentro da escola e obtendo o apoio que precisam para aprender a lidar melhor com as questões que envolvem a saúde mental de seus filhos.

Comunidade: construindo o sentido de pertencimento

Outra iniciativa possível para cuidar da saúde mental na escola é o fortalecimento da comunidade e do sentido de pertencimento da comunidade escolar.

Muitos pais sequer conhecem a escola por dentro, enquanto muitos professores nunca conversaram com os pais. Fomentar essa aproximação pode fortalecer o vínculo entre todos os envolvidos e melhorar o diálogo entre as famílias e a escola.

Construir essa conexão pode abrir espaço para trocas mais verdadeiras entre alunos, professores e familiares, despertando o senso de comprometimento de todas as partes com relação à saúde mental e ao desenvolvimento dos alunos no ambiente escolar.

Ludicidade: uma ponte para a formação de vínculos

Uma forma de quebrar barreiras e aproximar todos os atores responsáveis por uma educação de qualidade, que preza pela saúde mental dentro da escola, é investir em atividades lúdicas.

Por meio de brincadeiras, é possível desenvolver laços de amizade, fortalecer vínculos, estimular a interação social e encontrar novos meios de falar sobre saúde mental.

Atividades lúdicas também podem ajudar a trabalhar traumas, lidar melhor com sentimentos como ansiedade, depressão e baixa autoestima. Além disso, são ótimas para ensinar valores como respeito ao próximo, diversidade e compaixão.

Algumas das ações possíveis de serem implementadas são oficinas de arte e dança, artesanato e jardinagem, dentre outras.

Atividade física: dando um descanso para a mente

A prática de atividades físicas contribui para a saúde mental na medida em que permite que as pessoas deixem de lado por alguns momentos o pensamento racional.

Trabalhando outros processos congnitivos, é possível reduzir os níveis de estresse e ansiedade. Ao mesmo tempo, o corpo é inundado de substâncias que trazem sensação de prazer, relaxamento e felicidade, como a endorfina, a serotonina e a dopamina.

Além disso tudo, a atividade física estimula a interação em grupo, favorece os relacionamentos e ensina questões como liderança, compartilhamento de responsabilidades e autoconhecimento.

Meditação: olhando para dentro

A prática de meditação também pode ser implementada nas escolas como forma de trabalhar a saúde mental de professores e alunos.

Uma das técnicas mais utilizadas neste caso é a de mindfulness, ou atenção plena. O objetivo do mindfulness é situar os pensamentos e ações das pessoas no aqui e agora, deixando de lado as preocupações que estão fora do nosso controle naquele instante.

Dentre os benefícios do mindfulness, estão a regulação das emoções, melhor desempenho em atividades objetivas, maior concentração e desenvolvimento da autocompaixão.

Além disso, através de técnicas de meditação, é possível reduzir os níveis de estresse, ansiedade e sintomas de depressão, o que contribui para a saúde mental na escola.

Acompanhamento psicopedagógico

Um dos maiores desafios das escolas está na implementação de programas psicopedagógicos que deem suporte a professores e alunos. No entanto, esta ação deveria estar na lista de prioridades para que a saúde mental na escola seja possível.

O papel do psicopedagogo é acompanhar os estudantes e desenvolver abordagens inclusivas de ensino, que levem em consideração as particularidades de cada criança e adolescente.

Através da psicopedagogia, é possível, também, orientar melhor os professores quanto às dificuldades de aprendizagem dos alunos, cuidando para que estes tenham a devida atenção e possam superar suas barreiras individuais.

Caso você queira saber mais a respeito desta área de atuação, a Tuiuti possui um programa de especialização em psicopedagogia clínica e institucional.

Acompanhamento psicológico

Enquanto a psicopedagogia se ocupa dos processos de ensino-aprendizagem, o acompanhamento psicológico pode dar o suporte que professores e alunos precisam para lidar com questões mais profundas.

Um programa de acompanhamento psicológico na escola pode ajudar a trabalhar traumas, estados de ansiedade e depressão, recuperação em casos de burnout, dentre outras questões que afetam a saúde mental dos alunos e professores.

Com um acompanhamento mais próximo, é possível compreender melhor os desafios da comunidade escolar e trabalhar de forma integrada com outras estratégias para sanar quaisquer situações que afetem negativamente a saúde mental de todos.

Caso você se interesse pela área de psicologia, a Tuiuti oferece a graduação em psicologia na modalidade presencial.

Como você pode ver, existem inúmeras formas de dar suporte a alunos e professores quando o assunto é saúde mental na escola. Algumas destas ações podem ser tomadas com base em parcerias público-privadas, outras podem ser alvo de projetos sociais dentro da escola.

Mesmo que haja falta de recursos para implementar todas as ações, procure por apoio na comunidade escolar. Pais que sejam psicólogos de formação podem doar algumas horas de atendimento por mês, por exemplo.

O mesmo é válido para outras áreas, como atividades lúdicas ou a prática de atividades físicas. Até mesmo a meditação pode fazer parte de um programa de voluntariado dentro da escola.

A saúde mental é o bem mais precioso que podemos ter na sociedade atual. E somente buscando soluções em conjunto construiremos uma realidade mais saudável para todos.

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